27/01/2010

ORÇAMENTO DE ESTADO


Joaquim Jorge

Este Orçamento de Estado ,pelo que me apercebo ou pedimos uma nova negociação com a UE para alargar o prazo de cumprimento do PEC ( Pacto de Estabilidade) em que o défice público tem que ser reduzido para 3% em 2013 . O défice está actualmente em 9,3% , segundo as previsões deste orçamento será reduzido para 8,3% em 2010. Não estou a ver como será possível passar de 8,3% para 3%do PIB em três anos , sendo o ano de 2013 de eleições , logo, nada se faz que faça ondas. O governo vai cortar mais uma vez na função pública: salários congelados;pensões penalizadas; limitações a novas entradas;etc. Na banca algumas medidas moralizadoras - bónus de gestores vão ser taxados a 50 por cento.Mais fiscalização ao rendimento mínimo e combate à fraude e evasão fiscal.
Este Orçamento não foi pior na rigidez e apertar o cinto para os cidadãos porque foi preciso negociar, ( obrigado democracia sem maiorias!) e as eleições ainda estão muito frescas , forma há pouco tempo. Não convém dizer toda a verdade mas a partir de agora é para apertar, comprimir, apertar os cordões à bolsa e sofrer. A minha geração que está entre os 45 anos e 55 anos está perdida e tramada - nova para se reformar e velha para mudar de vida. Os mais novos não têm futuro e se o têm , é negro . Os mais velhos lá se safaram com reformas muito aceitáveis e com poucas penalizações para quem fez descontos.
Os portugueses têm que estar desassossegados,críticos e incrédulos perante o futuro. Há uma notória perda de confiança , é mais um golpe duro depois de quatro anos de restrições , vamos continuar a limitar as nossa vidas e reduzir despesas.
Em despesas e mordomias somos um país na frente da Europa mas em salários e pensões somos dos mais atrasados da Europa.
Os políticos e governantes que se entendam e dêem o exemplo cortem por motu proprio aos seus salários e mordomias e o povo os entenderá , de outra forma vai haver problemas. A perda de emprego , a precariedade no emprego , ter uma vida em que o dinheiro não chega até ao fim do mês leva a um mal estar generalizado e não é justo nem digno que sejam sempre os mesmos a pagar a crise . O exemplo tem que vir de cima