20/10/2009


Deixo-vos um exemplo.

Diz a comunicação social que a Esquerda não PS está já pronta para avançar no Parlamento com propostas sobre os professores.

Que, tudo indica, alimentarão os obscuros objectivos do sr Nogueira da FENPROF e continuarão a não gerar uma adequada reflexão sobre o Ensino que queremos, o papel da escola na sociedade, a ideia de uma Escola Social em contraponto à ideia estranha e desajustada de uma Escola Publica, e a uma não reflexão sobre a função Professor nos dias de hoje.

O Governo, PS, tem um modelo que se consubstancia na necessidade de generalizar o que a Democracia e a Economia de hoje exige, a Dupla Certificação, Escolar e Profissional, isto é, a abordagem ao Saber que atinja o Saber Fazer.

Ou será que a Esquerda não PS se satisfaz com o academismo que hoje ainda predomina no pensamento de muitos professores, que chegaram a ser relevadas em Cartas Abertas no Expresso contra os Cursos de Educação Formação?

Entendo que a Escola de hoje não pode continuar a ser o espaço onde se colocam as crianças para que estas estejam ocupadas enquanto os Papás trabalham. Não pior tal ser errado, não o é, mas por ser insuficiente.

Enquanto espaço de Saber que a Escola é, deverá passar a ser espaço de divulgação e de aplicação do Saber nas Comunidades Envolventes permitindo-se assim que tenhamos um efectivo Desenvolvimento Local Sustentável, apoiado pelo Estado, através da Escola, que, para o efeito, não poderá utilizar os saberes acumulados na Escola, na lógica da mão de obra barata.

O que poderá e terá, mais tarde ou mais cedo de ser feito, através de uma Gestão de Carreiras nas Escolas, dos Técnicos/as a que hoje se chamam de Professores e que deverão ter Carreiras Alargadas e por isso outras remunerações, outra forma de estar na organização que é a Escola, outros modelos de ocupação dos seus tempos profissionais.

Esta via que põe em causa a Escola de antanho que ainda se mantém nas cabeças de muitos dos profissionais de Ensino é urgente que aconteça, e pressupõe uma Reforma de Mentalidades que é urgente ser desenvolvida.

A avaliação de desempenho, que anda a fazer mossa no país, é um mero instrumento de apreciação individual e colectivo nas organizações que os dias de hoje exigem às mesmas organizações em todas elas, em todos os sectores, e que só uma cabeça tacanha como a do sr Nogueira pode transformar em proposta de “auto-avaliação” e que, como se viu, só fez o PCP perder votos…

Sou aliás da opinião que a CGTP deveria realizar uma acção de formação ao senhor em causa sobre algo que a CGTP e bem desenvolveu e desenvolve em N sectores de actividade, em nome da Democracia Participativa dos Trabalhadores nas Empresas.

E da Responsabilidade Social nas Organizações.

O conceito de Escola Publica enquanto instrumento de posicionamento politico é demasiado amplo para poder afirmar uma filosofia de intervenção no Ensino. A Escola Pública é o meio adequado para permitir o acesso, mais barato, generalizado das Crianças, das Pessoas em geral, ao ensino.

Não é, não pode ser, uma filosofia, ou um modelo de Ensino.

Porque, na Escola Publica concorrem a multiplicidade de filosofias de Ensino ora existentes tendo em conta a tipificação de professores dominante em cada Escola.

Por isso deixo, ainda que em aberto, a ideia de uma Escola Social, isto é, uma Escola centrada no Formando inserido no Ambiente Social onde ele se situa.

Eis porque as Oposições, quando falam “dos professores” visivelmente falam de nada pois nada esclarecem sobre o que pretendem, para além da ideia, peregrina, de controlar descontentamentos egoístas perante uma Escola que necessita urgentemente de mudar.

As Oposições, de Esquerda e de Direita, têm de começar a reflectir sobre o que querem para o país – se é a superação da crise, o Desenvolvimento Sustentado para a Economia em Portugal, e a Modernização das Comunidades existentes, ou se querem alimentar somente descontentamentos serôdios em nome de votos que, como se viu, não tiveram.

Se o caminho é este segundo digam-no já e peçam ao PR que cumpra a vontade do seu assessor das escutas – vamos a eleições, pois esta não maioria absoluta não funciona, já que os líderes partidários ora existentes não têm maturidade para tal, não olham para a Europa onde estão, não aprendem com os Verdes Alemães, com o SPD Alemão, etc!

E o país e a Democracia, não pode perder tempo com lamechices populistas. O país e a Democracia exige sim maturidade, consideração pelo outro, e a ideia, à Esquerda da concentração de votos republicana.

O que exige, na minha humilde opinião, que a CDU tenha a Presidência da Assembleia Municipal de Lisboa.

Joffre Justino