29/01/2017

A TRUMP(C)AGADA




Daniel Braga 

Relativamente a presidentes americanos não tenho uma simpatia especial por serem do Partido Republicano ou do Partido democrata. Gosto de pessoas e das suas personalidades. Admirei JFKenedy assim como Ronald Reagan, como tenho um respeito enorme pela história da América e pelos presidentes George Washington (o pai da Nação) e por Abraham Lincoln (muito pelo acto da abolição da escravatura conduzindo à reconciliação da Nação americana). Nutro especial simpatia e admiração pelo Presidente Obama de quem já tenho imensas saudades. Nunca gostei de Bill Clinton e muito menos de Hillary. Feita a declaração de interesses, após as eleições americanas e perante o que se desenhava o Mundo ficou apreensivo. E a preocupação tornou-se muito mais séria desde o momento em que se soube quem ia vencer. Por momentos ainda se colocou no ar a dúvida.                                                                                                                                                            
Será que...?                                                                                                           
Mas a esperança rapidamente se desvaneceu e aquilo que que todos temiam começa a ser uma realidade. Não é rasgando acordos que se resolvem problemas. Não é pela conflitualidade entre Estados que as soluções são encontradas. Não é pelo tom bélico das palavras e pela grosseria dos actos que se chegam a patamares aceitáveis de entendimento no sentido do atenuar de tensões e de pontos de fratura sem retorno. É no diálogo construtivo, fazendo pontes, construindo olhares de sintonia e harmonizando posições conciliadoras consertadas que o debate de ideias se deve focalizar, de encontro a uma tomada de decisões que agrade a todas as partes ou à maioria delas.Toda a empáfia e a assumida arrogância demonstradas por Donald Trump apenas pioram o cenário divisionista entre Nações, entre continentes e entre povos, transmitindo óbvios receios do retomar de belicosidades e de medição de forças que se julgavam ultrapassadas ou pelo menos atenuadas no nosso planeta. Já basta os problemas que ainda .proliferam e que não são poucos. Não era necessário chegar mais um incendiário que em vez de resolver ou ajudar a resolver o que já existe e ter o bom senso próprio de quem exerce um cargo de tamanha responsabilidade, ainda lança mais achas para a fogueira, potenciando o medo, a revolta, o ódio e o fogo ardente, não da Paz, mas sim da guerra e da sensação de insegurança que nos acompanha na vida quotidiana. Espero que haja um retrocesso em todas estas precipitações e loucuras que emanam da Casa Branca, sob pena de estarmos a atear uma enorme labareda incontrolada de consequências desastrosas e incalculáveis.

E um dia poderá ser demasiado tarde...