24/10/2016

Opinião de Joaquim Jorge no Noticias ao Minuto


(...) . O PSD vai levar um banho nas próximas eleições autárquicas. E, não será uma derrota será com certeza o seu fim. E, começa a falar-se na sua sucessão pós-autárquicas, olha-se para Pedro Santana Lopes, de novo, como candidato a líder do PSD.
Marques Mendes está à espreita, assim como, alguns delfins de Pedro Passos Coelho. Rui Rio parece ter perdido o timing, pelas suas hesitações. O PSD vai entrar em convulsão no futuro.
A sensação que passa é que ninguém quer dar a cara pelo PSD nas próximas eleições autárquicas. Muitas figuras proeminentes não se querem comprometer e só aspiram ao day-after das eleições autárquicas 2017.
O PSD é um partido pessimista, desencantado e desalentado. Não tem conseguido ter capacidade de reacção perante um PS optimista, esperançoso e sonhador.
O problema do PSD é que tem bons políticos e políticos bons! É impossível obter a excelência se limita-se a satisfazer o ego, a ambição e avareza de alguns.
Para se ser grande político faz falta ser boa pessoa. É de bom-tom saber-se que há políticos que têm bons resultados eleitorais mas falta-lhes outras qualidades.
O PSD actual é um problema de pessoas e não consegue tornar-se aos olhos dos portugueses uma alternativa, quer ao governo, quer no poder local. Mas, infelizmente, não o é por inércia e inaptidão dos seus dirigentes.
Enganem-se os que pensam que com este PSD vão voltar ao poder. A primeira coisa que teriam que fazer era aceitar este governo PS e quem o apoia como uma evidência insofismável. A, partir daí, construir com ideias, políticas que façam com que os portugueses acreditem numa outra solução.
As sondagens são claras, o PS distancia-se do PSD, já tem 38% de intenções de voto, ao invés, o PSD está a descer e fica-se pelos 30%. As eleições regionais dos Açores foram um sinal. Não podem ser extrapoladas para o âmbito nacional, mas convém começar a pensar que o PS pode estar a caminhar para uma maioria absoluta em 2019.
É importante para a democracia e para muitos portugueses que o PSD acredite e faça com que os portugueses acreditem nele. De outro modo, o PSD será uma desilusão.
O PSD parece um partido imbecil que só diz imbecilidades aos olhos dos portugueses. Denunciar supostas mentiras deste governo PS, não equivale a encarnar a posição do que o PSD diz é verdade. Em democracia não há verdades absolutas. Os portugueses têm ânsia de viver, de ter esperança e estão cansados de austeridade.
O PSD tem que dar uma resposta imaginativa para recuperar a confiança dos portugueses. O PSD tem que deixar de ser cínico, egoísta, errático e a despropósito. O PSD tem que ser sinónimo de futuro.
As eleições autárquicas, o PSD já as perdeu sem apelo nem agravo. O importante é reinventar-se, reorganizar-se, redefinir-se e mostrar ser uma solução de futuro.