20/09/2016

A minha opinião no Noticias ao Minuto


(...) Taxar património elevado a partir de um determinado montante (500.000€ ou 1.000.000 de euros) não me repugna e é um bom começo de equidade e justiça social.
Não se trata de um ataque aos ricos, mas uma forma de quem mais tem pagar um pouco mais.
Não entendo tanto alarido com esta situação e com as declarações de Mariana Mortágua. No tempo de Sá Carneiro, grande político de matriz social-democrata era esse o princípio: pagar mais quem mais tem. Isso não era um ataque aos mais ricos, mas que haja justiça social.
Todavia neste país toda a gente sabe que quem tem mais poder económico consegue de forma sub-reptícia fugir ao fisco e pagar menos. Quem mais paga é uma classe média esmagada pela necessidade de ter receitas a qualquer custo.
Para haver um mínimo de coesão e justiça social quem ganha mais paga mais, quem ganha menos paga menos. Quem tem património imobiliário mais elevado paga mais quem tem menos património paga menos.
Em teoria deveria ser assim que as coisas funcionariam numa sociedade democrática e igualitária. Mas todos sabemos que não é isso que acontece.
Infelizmente há uma justiça para ricos e uma justiça para pobres. Do mesmo modo, há uma justiça fiscal para ricos e outra para pobres.

A justiça fiscal em Portugal penaliza mais quem é empregado por conta de outrem. Os rendimentos dos empresários e das grandes empresas têm inúmeros formas e situações de excepção que beneficiam os que mais têm, enquanto os simples trabalhadores não possuem forma de se esquivar às tributações. (...)