28/10/2014

A odisseia pela troca de telemóvel




Nos tempos que correm ninguém, ou muito pouca gente não usa um telemóvel para contactar e ser contactado. Eu conheço uma pessoa que não usa telemóvel, o cientista Sobrinho Simões mas não é por isso que não deixa de estar contactável. Felizmente ainda existe o telefone fixo.
O telemóvel passou a ser uma ferramenta de primeira necessidade com os inconvenientes que tem a sua falta. Passamos a estar teledependentes. 
Tinha um telemóvel Nokia Lumia 800, eu sei sou um parolo não tenho um IPhone, mas eu gosto mais do sistema operativo Windows similar ao que tenho no meu PC. O telemóvel teve um problema na entrada USB e comecei a pensar em trocar de telemóvel.
Como sou cliente Vodafone, pus a hipótese de adquirir um novo telemóvel pela troca de pontos pois ficaria mais acessível. Assim o fiz. Consultei o portal da Vodafone e liguei para o apoio cliente para ver quantos pontos tinha. Depois de ver os preços dos telemóveis optei pela compra online no Clube Viva de um Nokia Lumia 930. Para além, de me entregarem o telemóvel em casa gratuitamente, no prazo de dois dias usufruía de um desconto de 10% no seu preço final. Até aqui tudo bem, como tinha muitos pontos o telemóvel ficava-me quase por metade do preço. Contudo começou a minha aventura cheia de histórias e factos estranhos.
Para comprar só facilidades, porém o telemóvel tem naturalmente conversas importantes e imagens que são necessárias manter e passar para o novo telemóvel. Por outro lado ao já ter uma conta Outlook a passagem dos contactos sem perda de nenhum era um sossego e satisfação.
Ao falar com o operador enquanto fazia a compra via online e se inseriam os dados, o telemóvel Lumia 930 deixou de estar disponível na plataforma. O operador muito simpático ficou atrapalhado e procurou resolver o problema de uma forma profissional e interessada. Disse-me que iria tratar e mandou-me ir a uma loja oficial Vodafone que estava lá reservado o meu telemóvel.
Quando cheguei à referida loja o preço do telemóvel estava com mais 10% do que o valor acordado, isto é, não tinha o preço simpático via online.
Eu pergunto: Que culpa tem um cliente enquanto se processam os dados para efectuar a compra o telemóvel, este deixa de estar disponível?
Dirão: - Tiveste azar.
Certo mas esse problema não pode ser imputado a quem compra. Se está disponível e depois não está, o que há a fazer foi o que fez o operador. Para satisfazer o cliente mandou-o ir buscar a uma loja oficial.
Comecei-me a rir, devem estar a brincar comigo, tive que gastar o meu tempo, gasolina e ainda iria pagar mais pelo referido telemóvel. Pedi o livro de reclamações e mandei chamar o responsável pela loja, mostrando a minha indignação e argumentando com factos.
O referido responsável pela loja, no princípio, mostrou-se relutante e manteve o preço. Pela minha insistência e que iria fazer uma reclamação fundamentada por escrito. Acedeu, de uma forma inteligente, contornou o problema depois de efectuar várias diligências, lá me vendeu o telemóvel pelo preço acordado.
Sou cliente Vodafone, gosto da Vodafone e vou continuar a ser cliente Vodafone, até um dia. Disse para os meus botões finalmente tudo resolvido.
Pedi naturalmente para me passarem os dados do telemóvel antigo para o novo. 
Retorquiu o operador: - Isso tem um custo.
Perguntei: - Então isso não é de borla? Quanto custa?
Resposta pronta: -Tem que marcar um dia para o fazer. Passagem de contactos 5€, passagem de imagens e conversas 25€.
Dei uma gargalhada perante este absurdo. Como dizia Eça de Queirós o melhor perante tanta estupidez, a única crítica é a gargalhada. Sou cliente Vodafone com um tarifário contratual, no fundo, um bom cliente e ainda tenho que pagar para continuar cliente somente mudei de equipamento!
Lamento ter que dizer, mas as operadoras de telecomunicações vêem nos clientes um filão de caça ao dinheiro e usurpação sem a menor contemplação.
Decidi ir à Nokia que me fez o que eu precisava de forma gratuita. Mas não deixei de perder tempo, dinheiro para o fazer e incomodar-me. Vá lá que ainda penso…

JJ
*artigo de opinião publicado no PT Jornal