05/08/2014

Texto de José Micard Teixeira



Já não tenho paciência para algumas coisas, não porque me tenha tornado arrogante, mas simplesmente porque cheguei a um ponto da minha vida em que não me apetece perder mais tempo com aquilo que me desagrada ou fere.
Já não tenho pachorra para cinismo, críticas em excesso e exigências de qualquer natureza. Perdi a vontade de agradar a quem não agrado, de amar quem não me ama, de sorrir para quem quer retirar-me o sorriso. Já não dedico um minuto que seja a quem me mente ou quer manipular.
Decidi não conviver mais com pretensiosismo, hipocrisia, desonestidade e elogios baratos. Já não consigo tolerar eruditismo selectivo e altivez académica.
Não compactuo mais com bairrismo ou coscuvilhice. Não suporto conflitos e comparações. Acredito num mundo de opostos e por isso evito pessoas de carácter rígido e inflexível.
Na Amizade desagrada-me a falta de lealdade e a traição. Não lido nada bem com quem não sabe elogiar ou incentivar. Os exageros aborrecem-me e tenho dificuldade em aceitar quem não gosta de animais.
E acima de tudo já não tenho paciência nenhuma para quem não merece a minha paciência.

 José Micard Teixeira
                                       
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Este fabuloso texto e sintético resume, em parte, como estou a ficar com a idade. Não tenho pachorra para aturar determinado tipo de pessoas e situações que acho que são uma perda de tempo. Com os meus 56 anos já não vivo outro tanto. Daí ser selectivo nas minhas relações e escolher muito bem , para onde vou e com quem vou.
Algumas pessoas acham-me antipático e dizem: "lá vem ele", " tem a mania", "há coisas que não se podem dizer", " és agressivo" , etc., etc.. Quero lá saber do que dizem! Pois bem eu limito-me a querer ser feliz, e para isso não tenho que me dar com toda a gente. Aliás, acho que é assim que as pessoas se distinguem. Não sou ninguém mas comungo da maioria das ideias expressa neste texto de José Micard Teixeira que é um manual como se pode viver em paz. Até que enfim que encontro alguém como eu e o expressa por escrito...
Não tolero novos-ricos mas também não tenho paciência para antigos-ricos que vivem de um passado que já não existe. Não tolero novos-ricos intelectuais que por tirarem um curso se julgam mais de quem não tem uma licenciatura ( estou à vontade sou formado em Biologia), assim como professores da Universidade julgam-se num púlpito e de casta superior. Já não tenho paciência e idade, para aturar estes bacocos, neste país que não passa da mediania, até nas relações humanas e inter-pares. A paciência, calma, serenidade e tranquilidade perdia para com este tipo de gente. Não há pachorra!

JJ