22/08/2014

Sair da crise em Portugal com estes políticos? Impossível



Mário Russo
Os políticos da nossa praça não se cansam de se flagelar constantemente por conta da culpabilização pela grave crise que se vive. A culpa é atribuída às autoestradas que se fizeram, às infraestruturas realizadas, ao betão, como dizem. Tudo em grande e acima das nossas possibilidades.
Eu até posso concordar que algumas autoestradas e algumas obras de betão foram desnecessárias. No entanto, cada vez mais tenho a convicção que se não fossem feitas, o dinheiro teria desaparecido (veja-se os escândalos BES, BPN; BPP; … Montepio está para aflorar) e ficaríamos na mesma, sem pau nem bola, como diz o povo.
Culpabilizar constantemente quem fez as obras não resolve nada porque já estão feitas. O que se esperaria era o contrário, já que estão feitas. Como é que essas infraestruturas podem ser potenciadas de modo a tirar o país da “pindaíba”. Hoje a circulação em Portugal é fácil e agradável. As autoestradas permitem rápidas descobertas de lugares fascinantes. Veja-se o turismo que tem propiciado um crescimento de 13%, único setor que não se afogou com a crise.
As infraestruturas devem ser “vendidas” e bem aos estrangeiros que queiram investir e morar em Portugal. O país tem um sistema de saúde invejável para turismo de saúde. Tem hotelaria de excelência, património histórico muito importante e interessante, tem segurança, bom clima e um povo tranquilo e afável na sua maioria.
O país tem sido referenciado com destino turístico de excelência. Por outro lado, tendo os portugueses dado ao mundo novos mundos, devem ser mais conhecidos. Ainda recentemente a agência de notícias Reuters, informou que foi encontrado um novo mapa que prova que não foram os ingleses nem holandeses que descobriram a Austrália... Mas os navegadores portugueses.
Mapa do século XVI foi encontrado numa biblioteca de Los Angeles, assinala com detalhe várias referências da costa Este Australiana, relatado em português, provando que foi a frota liderada pelo explorador «Cristóvão de Mendonça» quem descobriu a Austrália no longínquo ano de 1522. Os factos são agora invertidos, pois foi o navegador português a fazer tão importante descoberta, cerca de 250 anos antes do Capitão James Cook a ter reclamado junto da coroa inglesa, em 1770. O livro “Para além do Capricórnio” de Peter Trickett, jornalista australiano e repórter de investigação relata com pormenores iniludíveis esta descoberta. Quem deu relevo a esta importante notícia? Ninguém.
Precisa-se de estratégia para “vender” bem o nosso país e potenciar o melhor que temos. Já dizia Porter no seu relatório, mas poucos o ouviram, com exceção dos condenados calçado e têxteis, que são hoje casos de sucesso. Os nossos governantes entretêm-se a autoflagelarem-se com as boas infraestruturas que temos, pese embora possam ser exageradas, mas é melhor ter a mais que a menos. Os outros países quando querem mostra vantagem competitiva mostram o que têm de melhor. Os nossos governantes condenam o que temos de bom.
Com este espírito de corte em corte, de miserabilismo em miserabilismo, não vamos a lado nenhum a não ser cada vez mais para o fundo do buraco. O país precisa de mudar de bússola.