29/08/2014

Acordo Ortográfico



Isabel Coutinho
Pouco entendo deste Acordo Ortográfico (AO), que nunca entendi porque não foi a referendo, mas também por ver que o meu filho está a aprender o Português com "novas regras". Fui pesquisar para tentar perceber o seu sentido prático, já que está a ser implantado no ensino da disciplina do Português à geração dos que nasceram após ano 2000. Mas a ideia que eu tinha, mais o peso da minha resiliência, levado por uma irreverente desobediência a ideias propostas pelo exterior, quando não se olha e não se medem consequências ao alterar o "ADN" lusitano!,... agora é que não gostei mesmo. Mais valia estar quieta e aceitar sem incómodos para o meu sentido idealista ou patriótico!

Português
«Como se chama esta língua, que nasceu no recanto onde surgiriam depois a Galiza e o condado portucalense, que foi levada pelos reconquistadores para as terras dos árabes e que foi levada pelos navegadores para todos os cantos do mundo, onde se tornou língua oficial de estados (Brasil, Moçambique, Angola, ...), língua materna de milhões de pessoas e língua segunda de muitos milhões mais?
- O seu nome vem de Portugal.
Como muitas outras línguas da Europa, o português resultou da expansão e da fragmentação da língua falada no Império Romano: o latim vulgar.
O vocabulário do português enriqueceu o seu fundo latino com empréstimos pedidos a línguas tanto próximas como distantes.
Elenco dos principais fenómenos de mudança ocorridos na gramática do português europeu desde os tempos medievais.
Mudanças fonéticas e fonológicas
Mudanças sintácticas
Mudanças morfológicas
Há Características que permitem distinguir, na fala, um português do Norte de um português do Sul e ilhas
Em ilhas e em faixas costeiras de África, da América e da Ásia sobreviveram até hoje línguas crioulas formadas a partir da língua portuguesa.»

(não confundir com O Português Brasileiro)
«O Português Brasileiro descende do Europeu. No Brasil, tomou a sua forma na complexa interacção entre:
- a língua do colonizador (e, portanto, do poder e do prestígio),
- as numerosas línguas indígenas brasileiras,
- as também numerosas línguas africanas chegadas pelo tráfico negreiro (oficial entre 1549 e 1830, não oficial antes e depois desses limites),
- e finalmente as línguas dos que emigraram para o Brasil da Europa e da Ásia, sobretudo a partir de meados do século XIX.
Dessa potencial Babel linguística, foi se definindo, ao longo de quinhentos anos – pouco tempo para a história de uma língua – o formato brasileiro contemporâneo da língua portuguesa.
Considerando-se os factores sócio-históricos que actuaram das origens e por todo o período colonial e pós-colonial, pode-se entrever uma interpretação de como se originou e se formou o Português Brasileiro, constituído em contexto social de transmissão, majoritariamente, irregular, na oralidade, livre das peias normativizadoras da escolarização e, consequentemente, da escrita, o que resultou numa variante, em muitos aspectos, divergente da europeia. No seu interior, esse Português Brasileiro heterogéneo apresenta variantes socioletais com configurações profundamente modificadas, que se aproximam dos crioulos de base portuguesa e variantes que se aproximam do Português Europeu.»
Fonte: instituto-Camões

Lê-se:
"O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é um tratado internacional assinado em 16 de Dezembro de 1990, em Lisboa, com os diversos países representantes da língua de Camões e que contou até com uma delegação da Galiza, onde se pretende aplicar o documento com a mesma eficácia que em países como Portugal, Brasil ou Angola"
"O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é um tratado internacional firmado em 1990 que tem por objectivo criar uma ortografia unificada para o português, a ser usada por todos os países de língua oficial portuguesa. Foi assinado por representantes oficiais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe em Lisboa, em 16 de Dezembro de 1990."

Vozes contra:
"APRESENTOU QUEIXA NA PROVEDORIA DE JUSTIÇA Professor de Direito diz que novo Acordo Ortográfico é “inconstitucional". Docente alega que a língua não se pode mudar por decreto"
"Vasco Graça Moura: Era uma das vozes mais críticas do acordo ortográfico, do qual reclamou a revisão, numa intervenção no Porto, em maio de 2012, porque entendia que provoca "graves lesões da pronúncia de muitas palavras" e em "nada contribuir para a unidade da ortografia" da língua portuguesa."

e ainda...
"O grande artífice, pelo lado brasileiro, dessa nova reforma, foi o linguista e dicionarista Antônio Houaiss, contra o qual se levantaram numerosos críticos. Entre outros, manifestou-se contra ele Prof. Napoleão Mendes de Almeida, respeitado em todo o Brasil e em Portugal como o maior gramático vivo da época. Em entrevista a "Veja", publicada na edição de 24-2-1993 da revista, sob o título "Chega de asnices!", assim se exprimiu ele:
"VEJA - O que o senhor acha das reformas ortográficas feitas periodicamente no português?
ALMEIDA - Vejo como uma forma de comércio. O interesse das reformas ortográficas é financeiro, não intelectual ou prático..."
VEJA - A unificação da ortografia usada no Brasil e em Portugal, prevista pela reforma, não seria desejável?
ALMEIDA - Que unificação? Não existem duas línguas, apenas uma."
Fontes consultadas: amigosdolivro.com.br / Publico.pt / jn.pt

Para terminar...
Atendendo ainda à desmesurada atenção a este Acordo pelo Brasil (Portugal não abre o bico) O Senado Federal criou uma nova comissão técnica para estudar mudanças ortográficas na Língua Portuguesa com a ideia de simplificar mais uma vez a ortografia, agora além de querer eliminar a letra ‘h’ no inicio das palavras, ela também sugere a eliminação da letra ‘u’ da palavra queijo por exemplo que se tornaria qeijo. http://simplificandoaortografia.com/ !!! 

...(vou tomar um chá de camomila).