30/06/2014

Perguntas aos socialistas



O PS encontra-se em situação desastrosa em consequência da crise que assolou Portugal com a entrada da troika mas também da recente disputa para a sua liderança entre António José Seguro e António Costa.

Sem o reconhecimento dos portugueses na recuperação do seu papel central na política portuguesa não vão a lado nenhum. Este controle absoluto do partido por António José Seguro e as respostas erróneas depois da derrota nas legislativas em 2011, não ajudou em nada à sua reabilitação e fazer a travessia do deserto.

Não era preciso auto- flagelação mas uma certa limpeza no diagnóstico do que verdadeiramente aconteceu.

Os socialistas necessitam de recuperar fiabilidade e para isso necessitam  de um discurso alternativo ao PSD/CDS e quem o disser tenha uma credibilidade crescente.
Um discurso  que se possa explicar em 30 minutos e que assente em poucas bases, firmes, compreensíveis para os portugueses. 
Um discurso diferenciado do actual governo é fundamental numa clara diferenciação, de modo que os portugueses percebam que há uma alternativa credível.
Como diz Norberto Bobbio: " o único critério que resiste ao desgaste do tempo para definir a esquerda é a igualdade".

O PS perdeu o pulso à sociedade e as suas respostas falhadas ao longo destes 3 anos não ajudou em nada.

Esta luta no PS não sei se vai ajudar ou piorar o cenário e a forma como os portugueses vêem o PS. 

O PS não vai bem e, não vai sair melhor, do que antes desta disputa. Em vez de se falar de respostas para os problemas do país, o PS digladia-se em afirmar que Costa é melhor ou que  é Seguro o melhor para liderar.

Ainda é uma incógnita o impacto real que terá esta disputa. Costa deveria ter avançado logo a seguir à saída de José Sócrates, o seu distanciamento permitiu a António José Seguro armadilhar o PS. Agora pediu um voto de confiança aos socialistas, mas há mais gente fora do PS, por ele, do que dentro do PS. Tem vindo a perder sucessivamente todas as votações. Pode ser que vá  de derrota em derrota até à vitória final em Setembro.

O PS está mergulhado numa crise, até no direito a decidir. A actual direcção do PS insiste em que é a melhor colocada para disputar eleições contra este governo, porém os portugueses não acreditam, e mesmo, os socialistas que apoiam Seguro apoiam-no sem acreditar muito, num seguidismo para honrar acordos e  compromissos. O PS não pode ser uma casta mas dos seus militantes. 

O PS nesta disputa sabe -se como vai entrar mas não se sabe como vai sair.

O PS, quer dando um voto de confiança a Seguro, quer dando um voto confiança a Costa pode desembocar no caos.

Quem vencer, precisa de uma organização que lhe dê suporte, se conecte com os portugueses, senão serve de pouco.

Acho que o PS está a construir a sua casa pelo telhado.

JJ